Padre Cícero, um cearense notável!

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Quem nunca ouviu falar do Padre Cícero ou melhor do Padim Ciço? Esse personagem icônico é amado por todos os cearenses e nordestinos que reconhecem a sua importância religiosa.

Não à toa, todo ano nos dias 24 de março (nascimento do padre) e 1º de novembro (Romaria das Candeias) são realizadas procissões para Juazeiro do Norte, a fim de homenagear o padim. São pessoas de vários lugares do Brasil em busca de um milagre ou que vão agradecer por alguma graça alcançada.

Conhecida como a Romaria do Padre Cícero, o evento atrai milhares de devotos e pessoas que querem conhecer a cultural local. O turismo religioso fomentado pela admiração ao padre Cícero Romão é muito forte no Ceará, principalmente na região de Juazeiro do Norte e Vale do Cariri.   

Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre a história de um cearense notável e que dedicou a vida a melhorar às pessoas mais pobres do sertão do Ceará.

Quem foi Padre Cícero?

Nascido em 24 de março de 1844 na cidade de Crato, no Ceará, Cícero Romão Batista (Padre Cícero), era uma liderança religiosa muito importante na região do Cariri.

De acordo com historiadores, desde muito jovem, Cícero demonstrava dom para a vida religiosa. Segundo alguns relatos, ainda criança, ele tinha visões e revelações durante sonhos. Foi em um desses momentos que Cícero descobriu qual era a sua verdadeira missão na terra: cuidar do povo cearense’. E assim fez até a sua morte em 1934.

Com a vida dedicada ao sacerdócio, ele foi ordenado em 30 de novembro de 1870. Mas a sua missão em Juazeiro do Norte começou no ano seguinte, quando celebrou a sua primeira missa na cidade. Lá, o padre Cícero realizou muitas ações importantes que beneficiaram o povo humilde da cidade e da região.

Na época, a população sofria muito por causa da seca e da fome que atingiam muitas cidades cearenses. E foram nas missas e nas palavras do Padim Ciço que muitos cearenses encontraram consolo. Mas não apenas nisso. O padre também realizou muitas ações sociais para melhorar a vida das famílias durante a seca e as epidemias.

Além disso, o seu trabalho foi essencial no desenvolvimento econômico da região, incentivou o fortalecimento da imprensa local, do comércio, da educação e ajudou a propagar a arte de Juazeiro do Norte para todo Brasil, por meio de uma exposição realizada no Rio de Janeiro.

O milagre da hóstia

Após muitos anos atuando como sacerdote, Padre Cícero presenciou um grande milagre durante uma missa que celebrava. Esse fato o consagrou regionalmente, tornando-se conhecido também em todo o Brasil.

Segundo relatos da época, em 1889, a hóstia dada pelo Padim Ciço para a beata Maria de Araújo se transformou em sangue. Para mostrar o que havia ocorrido, a religiosa limpou a boca em lenços brancos. Na época, o padre e a população julgaram que o sangue era de Cristo, causando comoção em toda cidade e região.

A partir daí a notícia se espalhou, atraindo fiéis de todos os lugares do Ceará que queriam presenciar o milagre. Para isso, eles passaram a peregrinar até Juazeiro do Norte durante a quaresma.

Muitos desses peregrinos puderam realmente presenciar o milagre eucarístico outras vezes. Historiadores contam que o fato ocorreu 47 vezes, tornando as hóstias vermelhas como sangue. O milagre ocorreu antes da Páscoa, chamando a atenção de multidões.

Por isso, até hoje, Juazeiro do Norte é considerada um dos principais pontos do turismo religioso para católicos do Nordeste.

Túmulo Padre Cícero

Investigação da igreja católica

Apesar de muitos fiéis confirmarem que o milagre da hóstia era real, autoridades eclesiásticas ficaram descrentes e resolveram investigar o caso. Com isso, uma equipe organizada pelo bispo do Ceará na época, Dom Joaquim José Vieira, foi até Juazeiro para conferir de perto o milagre.

O grupo de investigadores era formado por padres e médicos. Na ocasião, eles confirmaram o milagre, pois concluíram que não havia explicação natural para a transformação da hóstia em sangue. Mesmo com a conclusão técnica, o bispo enviou outra comissão para analisar os fatos. Esta alegou que o evento era uma farsa.

Segundo o bispo, o padre Cícero queria apenas ganhar notoriedade. Por isso, afastou a igreja decidiu afastar o padre das ordens sacerdotais. Essa alegação não afastou os fiéis de Juazeiro do Norte. Eles acreditavam no milagre e isso foi suficiente para tornar o padim Ciço ainda mais conhecido regionalmente.

Turismo religioso

A popularidade do padre ganhou o Brasil e foi essencial para fomentar o turismo religioso na localidade. Assim, a devoção ao Padre Cícero só cresceu ao longo dos anos.

Para conhecer mais sobre a história desse cearense notável, o visitante pode ir até Juazeiro do Norte. Lá, há um museu que conta a vida do padim e como ele foi importante na vida política e econômica da cidade.

O município também abriga a estátua construída em homenagem ao padre Cícero. Localizada no Horto da Colina, o monumento inaugurado em 1969 tem 27 metros de altura e é um local de devoção para 2,5 milhões de peregrinos católicos que visitam Juazeiro todos os anos.

Um fato interessante é que a estátua foi edificada onde o padre Cícero costumava fazer as suas orações, tornando o local ainda mais especial para os religiosos.

Visita à estátua do padim Ciço

Se você quer conhecer a estátua em homenagem ao Padre Cícero, deve visitar Juazeiro do Norte. A visitação é aberta ao público em qualquer época do ano, mas há duas datas especiais para os romeiros: 24 de março, data de nascimento do padre, e 01 de novembro, Romaria das Candeias.

Essa romaria é a maior de Juazeiro do Norte e foi iniciada pelo Padre Cícero durante o seu ministério pastoral. Segundo a história, a procissão foi motivada para ajudar um ferreiro a vender seus cadeeiros.

O homem queria ir embora do Cariri por causa da sua baixa produção. Preocupado por não ter como sustentar a família, confessou ao padre que iria embora para outra cidade. Foi aí que surgiu a ideia de realizar uma procissão usando cadeeiros. Com isso, a população encomendou ao ferreiro o equipamento, ajudando o homem a vender muitos candeeiros.

É por essa e outras histórias que o Padim Ciço é muito amado pelos nordestinos, principalmente pelos cearenses. Para conhecer mais, visite o Ceará.

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